Obra original do artists Ricardo AKN que faz parte de sua exposição "Narrativas em Camadas - Entre linhas e fragmentos".
Muito Prazer
Era uma tarde amena quando a garota se sentou em um velho banco de madeira, um espaço que parecia ter sido esquecido pelo tempo. Ao seu redor, uma explosão de cores dançava, como se o próprio universo tivesse decidido se manifestar em sua plenitude apenas naquele momento. O chão, coberto de padrões vibrantes, parecia pulsar sob seus pés, e do centro de sua palma, uma casa mágica emergia.
A casa, com suas paredes vermelhas e janelas amarelas brilhantes, jorrava ondas de cores que se derramavam como tinta vibrante sobre o concreto cinzento. As ondas eram radiantes, chamando a atenção do espectador e fazendo os sentimentos mais ocultos brotarem à superfície. Para a garota, aquelas cores representavam mais do que estética; eram as emoções que ela guardava em seu coração, agora liberadas em um espetáculo visual.
Seus olhos, por trás de uma palavra que flutuava como um balão de fala, a impediram de ver diretamente as nuances do mundo ao seu redor. "Muito prazer" era o que a palavra dizia. Era uma saudação, mas também um convite, uma ponte para algo desconhecido. Naquele momento, a garota se via dividida: metade dela era um caleidoscópio de cores, vibrante e cheia de vida, enquanto a outra metade era um borrão em preto e branco, como se uma sombra da dúvida ou do medo estivesse presa a ela.
Ela olhava para um lugar distante, além do arco-íris de emoções que surgia da casa em sua mão. O horizonte parecia prometer aventuras que iam além das paredes da cidade, além do familiar, em um território onde o colorido e o preto e branco poderiam se encontrar em harmonia. Naquele olhar, a esperança dançava livre, entrelaçada com um desejo profundo de se libertar das amarras do passado.
À medida que as ondas de cor se espalhavam ao seu redor, começava a entender que a vida é feita de contrastes: a beleza do desconhecido e o conforto do conhecido, o medo e a coragem. A cada instante, a palavra “muito prazer” ecoava na sua mente, um lembrete constante de que a vida a aguardava, pronta para ser experienciada. E assim, ao segurar a casa que escorria cores, a garota se levantou, pronta para explorar não apenas o mundo à sua frente, mas também a vida que pulsava dentro dela.
E assim, com um coração repleto de cores e uma mente aberta aos prazeres que viriam, ela caminhou em direção ao horizonte, onde cada passo poderia desvendar novos significados e transformar os silêncios em sorrisos.